Médicos de todos os Estados se reúnem em Natal para traçar a pauta nacional deste ano

Gutemberg Fialho e Geraldo Ferreira no encontro dos médicos. Foto: Amanda Costa

Presidentes de sindicatos dos médicos de vários estados do Brasil se reuniram durante dois dias em Natal, esta semana, com o objetivo de traçar uma pauta comum para a categoria no cenário nacional, levando-se em conta que os problemas e desafios a serem enfrentados são semelhantes.

A reunião contou com a presença do presidente da Federação Nacional dos Médicos (Fenam), Gutemberg Fialho. Para ele, a reunião em Natal foi fundamental porque foi possível traçar as linhas mestras para levar ao Congresso Nacional este ano. Fialho demonstrou descontentamento com os rumos das políticas de saúde, principalmente por conta dos diversos problemas enfrentados pelas pessoas que dependem do serviço público.

De acordo com Fialho, há também outras questões imprescindíveis, como, por exemplo, a qualidade de vida e a remuneração dos médicos, o vínculo empregatício, as escolas de medicina e o Revalida – avaliação feita por médicos que estudaram em outros países e querem trabalhar no Brasil. “Há muitas faculdades de medicina e isso está trazendo um desequilíbrio enorme para os pacientes porque há casos de qualidade de ensino que são duvidosos”, explicou Fialho.

Outro problema debatido na reunião está relacionado à presença de pessoas se passando por médicos, o que, neste caso, é ainda mais grave pelo fato de levar muitos pacientes ao óbito. “Essa reunião foi importante para definir a presença dos médicos em todas as casas legislativas do Brasil – seja em Brasília, nos estados e municípios”, frisou Fialho, que ver com “simpatia” a equiparação da remuneração da bolsa dos residentes médicos com o salário do programa Mais Médicos.

O presidente do Sindicato dos Médicos do Rio Grande do Norte (Sinmed), Geraldo Ferreira, organizador do encontro, destacou que o movimento sindical, apesar de ter sido muito atingido pela reforma trabalhista com o fim do imposto sindical, ou seja, pela campanha brutal contra o movimento do trabalhadores, está vivo e vai se fortalecer este ano entre a categoria dos médicos. “Discutimos a reaproximação dos profissionais médicos e isso está se fortalecendo porque as lutas e desafios estão surgindo”, observou Ferreira.

Para o presidente do Sinmed, é necessário fortalecer a luta por melhores condições de trabalho e salários. Na esfera pública, Ferreira defendeu a realização de concursos para médicos e demais profissionais de saúde pelo fato de ser a principal preocupação da sociedade no momento, segundo uma série de pesquisas realizadas recentemente.

Na avaliação de Geraldo Ferreira, também é necessário ampliar a visão no momento de crise e fortalecer a atuação das cooperativas médicas, além de um diálogo intenso com as operadoras de planos de saúde. “A pauta é extensa e o movimento está vivo”, acrescentou Ferreira. Em contrapartida, o presidente do Sinmed citou o esfacelamento das centrais sindicais e deixou claro que a solução é oferecer serviços de qualidade para atrair os profissionais de volta à base sindical. “Não podemos permitir que a população fique desassistida na saúde e o Sinmed está empenhado em reverter este quadro em um trabalho amplo e organizado. Os sindicatos que sobreviveram são os que mostraram trabalho”, completou Ferreira.

Texto: Elias Luz – Redação do Programa Meu Doutor

A segunda parte do encontro no sábado, 15. Foto: Gabriel Souza

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