Médicos de SP denunciam contratos precários no hospital do Anhembi
Admitidos como PJs não têm garantias e são afastados sem salário se pegam covid-19: ‘Pacientes e médicos perdem. Só quem ganha são as organizações’
‘Médicos podem ser amarrados por essa forma de organização da saúde’
Tiago Queiroz/Estadão Conteúdo
Médicos do hospital de campanha do Anhembi, na cidade de São Paulo, têm sido admitidos em condições precárias de contrato e trabalho. Uma série de relatos e denúncias recebidos pelo R7 referem-se, principalmente, à falta de garantias trabalhistas, como assistência de saúde – se contraem Covid-19, são afastados sem remuneração e não sabem se voltarão –, mas passam também pela falta de equipamentos profissionais e até por riscos aos pacientes.
“Tivemos colegas que ficaram doentes e foram retirados. Não temos segurança financeira ou de saúde, nem fornecem testes. Somos afastados sem remuneração: se trabalha, ganha. Se não trabalha, não ganha”, contou, sob condição de anonimato, uma médica que trabalha no hospital.PUBLICIDADE
Médico e presidente do Simesp (Sindicato dos Médicos de São Paulo), Victor Vilela detalhou problemas que os profissionais da saúde têm vivido e afirmou que estes modelos de contratação são um padrão das OSs (organizações de saúde) que gerem hospitais de campanha: “A situação precária de vínculos faz com que eles possam morrer na linha de frente. Não têm a garantia mínima de realização de trabalho”.
Segundo ele, a principal forma dos vínculos segue um modelo comum: profissionais são forçados a assinarem como ‘sócios minoritários’, com lucros e dividendo das empresas como pagamento, ficando sem garantias trabalhistas.
FONTE: PORTALR7