Médicos do Abelardo Santos e Hangar ameaçam paralisar atividades por falta de pagamentos

Hospital de Campanha de Belém - Hangar - Crédito: Jader Paes/Agência ParáHospital de Campanha de Belém – Hangar – Crédito: Jader Paes/Agência Pará

O Sindicato dos Médicos do Pará (Sindmepa) denunciou nesta terça-feira, 23, que menos 15 médicos que deram plantões no hospital de campanha do Hangar, em Belém, ainda não receberam plantões tirados nos meses de abril e maio deste ano, no auge da pandemia de covid 19. Segundo a entidade, outros 19 médicos do hospital Abelardo Santos também não receberam pelos plantões desses meses.

As denúncias levaram ao órgão a acionar o Ministério Público para buscar uma solução. Foi marcada uma assembleia geral virtual para a próxima quinta-feira, 25, às 19h, com indicativo de paralisação, caso os pagamentos não sejam imediatamente regularizados.

De acordo com a avaliação do Sindmepa, a gestão terceirizada pelo estado para a Associação da Irmandade da Santa Casa de Misericórdia de Pacaembu, o hospital de campanha do Hangar exibe uma situação que vem se tornando muito comum no Pará, a quarteirização, quando uma empresa terceirizada subcontrata uma outra empresa para contratar a mão de obra médica para atuar nos hospitais. No caso do Hangar, a Irmandade teria quarteirizado a contratação para a empresa Medplantões, que já seria conhecida no meio como uma empresa acostumada a não pagar médicos que contrata, informou a entidade.

Uma jovem médica contratada pela empresa conta que ao aderir aos plantões no Hangar acreditava que os pagamentos ficariam a cargo da própria Secretaria de Saúde (Sespa). “Quando entramos, no início, não nos falavam qual era a empresa que estava contratando. Acho que a maioria entendeu que era a própria Sespa. O máximo de informação que recebi no início foi que havia uma empresa, mas que ela apenas estaria lá para repasse, pois o governo estava resolvendo tudo”, conta a médica.

Segundo o Sindmepa, a Medplantões informou depois que os pagamentos aconteceriam todo dia 10 do mês subsequente ao que o plantão foi tirado. Mas no dia 10 de maio não pagaram os plantões de abril. E em junho, não pagaram os de maio. “Não tinha nem material pra gente trabalhar direito. Medicações importantes, material para intubação. Cada plantão era um verdadeiro inferno”, relata a médica.

O atraso do pagamento da Irmandade Pacaembu também teria atingido os médicos contratados para o Hospital Abelardo Santos, destinado pelo governo do estado a atender unicamente pacientes da covid 19. “Ali, são 19 médicos que ficaram sem receber os plantões e já estão sem condições de prosseguir”, infomou Sindmepa.

“É inadmissível que chamem médicos para arriscar a vida em plena pandemia, não ofereçam condições de trabalho e ainda não paguem o que lhes é devido. Um desrespeito, para não dizer coisa pior”, afirma o diretor do Sindmepa, Waldir Cardoso. “Vamos acionar o Ministério Público e convocar Assembleia Extraordinária virtual para decidir o que fazer. Esse tipo de coisa não pode ficar impune”.

O portal Roma News solicitou esclarecimentos sobre a denúncia à Sespa.

Fonte: Ascom/Sindmepa

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