Ministério da Saúde mantém previsão de distribuição da vacina de Oxford para janeiro de 2021

Acordo do governo com Oxford/AstraZeneca prevê a entrega, em dezembro, do princípio ativo que será usado na preparação das primeiras 30 milhões de doses.

Imagem retirada de vídeo mostra voluntário recebendo injeção durante teste de vacina experimental de Covid-19 realizado pela Universidade de Oxford, em 25 de abril. — Foto: Universdade de Oxford/AP

O Ministério da Saúde anunciou nesta quarta-feira (2) que a distribuição da vacina desenvolvida pela Universidade de Oxford contra a Covid-19 continua prevista para janeiro de 2021, caso seja mantida a perspectiva de comprovação da eficácia na terceira e última fase de testes clínicos.

O secretário-executivo da Saúde, Élcio Franco Filho, reforçou que as primeiras 30 milhões de doses serão oferecidas para a população no começo do ano que vem, seguindo o planejamento do governo.

“A previsão, pelo que nós estamos discutindo, e que nós temos até o momento, é que os primeiros lotes da vacina estarão sendo disponibilizados para imunização da população a partir de janeiro de 2021”, disse o secretário.

Segundo Élcio Filho, em um primeiro momento o país receberá do exterior o ingrediente ativo da vacina, que será preparada e envasada pala Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), no Rio de Janeiro.

A instituição tem um acordo de transferência tecnológica que garantirá a produção do imunizante no país. A Fiocruz deve ainda produzir, em um segundo momento, mais 70 milhões de doses da vacina.

“É público que [a vacina de Oxford] é o projeto que está mais avançado e que tem apresentado as melhores condições, com efetividade e segurança, de proporcionar a imunização da população”, disse Franco Filho.

Ele ressaltou, no entanto, que para ser aplicada em toda a população, a vacina de Oxford precisa antes ser aprovada e homologada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

Transferência de tecnologia

Na terça-feira (1º), a Fiocruz anunciou um acordo com o laboratório britânico AstraZeneca para produzir, a partir de dezembro, a vacina contra o coronavírus desenvolvida pela Universidade de Oxford.

O acordo assinado entre a Fiocruz, o Ministério da Saúde e o laboratório britânico AstraZeneca é um passo fundamental para garantir a transferência de tecnologia, e assegura que 100 milhões de doses da vacina contra a Covid-19 sejam produzidas no Brasil.

Etapas para a produção de uma vacina

Para produzir uma vacina, é preciso tempo. O desenvolvimento mais rápido até o momento foi o da vacina contra a caxumba, que precisou de cerca de quatro anos até ser licenciada e distribuída para a população.

Uma cientista pesquisa uma vacina para o novo coronavírus (Covid-19) em um laboratório em San Diego, Califórnia, nos EUA, em 17 de março. — Foto: Bing Guan/Reuters/Arquivo

Antes de começar os testes em voluntários, a imunização passa por diversas fases de experimentação pré-clinica (em laboratório e com cobaias). Só após ser avaliada sua segurança e sua eficácia é que começam os testes em humanos. É a chamada etapa clínica, dividida em três fases:

  • Fase 1: é uma avaliação preliminar da segurança do imunizante, ela é feita com um número reduzido de voluntários adultos saudáveis que são monitorados de perto. É neste momento que se entende qual é o tipo de resposta que o imunizante produz no corpo. Ela é aplicada em dezenas de participantes do experimento.
  • Fase 2: na segunda fase, o estudo clínico é ampliado e conta com centenas de voluntários. A vacina é administrada a pessoas com características (como idade e saúde física) semelhantes àquelas para as quais a nova vacina é destinada. Nessa fase é avaliada a segurança da vacina, imunogenicidade (ou a capacidade da proteção), a dosagem e como deve ser administrada.
  • Fase 3: ensaio em larga escala (com milhares de indivíduos) que precisa fornecer uma avaliação definitiva da sua eficácia e segurança em maiores populações. Além disso, feita para prever eventos adversos e garantir a durabilidade da proteção. Apenas depois desta fase é que se pode fazer um registro sanitário.

Fonte: G1.

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