Máscaras usadas por trabalhadores da saúde não são adaptadas para mulheres, diz estudo

Mulher utilizando máscara caminha pelo centro de Sydney, na Austrália, nesta terça-feira (15). — Foto: David Gray/AFP

As máscaras usadas por trabalhadores de saúde são menos adaptadas à forma do rosto de mulheres e pessoas asiáticas, o que exporia estes grupos a um maior risco potencial de infecção pela Covid-19, segundo um estudo publicado nesta quarta-feira (16) na revista médica Anaesthesia.

“As máscaras filtrantes só protegem bem se forem perfeitamente encaixadas no rosto do indivíduo, para que estejam hermeticamente ajustadas e não deixem passar o ar não filtrado”, indicou a principal autora do estudo, Britta von Ungern Sternberg, da universidade de Western Australia. Segundo os autores, a boa adaptação ao rosto da pessoa que usa a máscara é mais importante, em termos de proteção, que sua capacidade de filtração.

A pesquisa revisou diferentes estudos realizados em diversos países antes da epidemia de Covid-19 para avaliar as máscaras filtrantes utilizadas por trabalhadores da saúde, como as FFP2 e FFP3 e seus equivalentes nos países anglo-saxões, as N95 e N99.

A pesquisa observou que, durante testes realizados com as máscaras, elas se ajustavam corretamente em 95% dos homens e em 85% das mulheres. Além disso, a proteção se adaptava a 90% de pessoas de origem caucasiana contra somente 84% de pessoas de origem asiática. A proporção era particularmente baixa, 60% em média, no caso de mulheres asiáticas.

Mulheres na saúde

Os autores citam um exemplo dos Estados Unidos, onde as máscaras N95 foram testadas em um grupo de trabalhadores para garantir sua eficácia. Eles observaram que entre os casos analisados, mulheres e pessoas asiáticas estão “sub-representadas”. No entanto, segundo estimativas de diversas autoridades sanitárias no mundo, as mulheres representam aproximadamente dois terços do total dos trabalhadores de saúde em diversos países.

Segundo os autores do estudo, seria necessário que as máscaras fossem sistematicamente testadas em pessoas que trabalham em hospitais antes de serem usadas, o que não foi possível durante a pandemia por falta de tempo ou devido à falta de equipamentos.

Fonte: RFI.

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