Planta brasileira pode diminuir gordura no fígado, aponta pesquisa

Planta brasileira pode diminuir gordura no fígado, aponta pesquisa

Estudo realizado por pesquisadores brasileiros em ratos mostra que o cedrico pode zerar a gordura do fígado e diminuir os índices de diabete e obesidade.

Com os dados obtidos a partir do experimento, é possível observar que a planta Picramnia excelsa tem grande potencial para ser utilizada no tratamento da obesidade e de diabetes. — Foto: Divulgação/ Universidade Positivo
Com os dados obtidos a partir do experimento, é possível observar que a planta Picramnia excelsa tem grande potencial para ser utilizada no tratamento da obesidade e de diabetes. — Foto: Divulgação/ Universidade Positivo

Pesquisadores de Biotecnologia Industrial da Universidade Positivo, no Paraná, identificaram que as substâncias extraídas do cedrico (Picramnia excelsa) podem diminuir a quantidade de gordura no fígado. A planta é encontrada no Paraná.

Os pesquisadores realizaram o experimento em 36 ratos de laboratórios que foram separados em três grupos diferentes. Os animais ingeriram uma dieta rica em gordura e açúcar durante 24 semanas e desenvolveram obesidade e diabete tipo dois.

No final do período, os ratos continuaram recebendo a mesma dieta, porém parte deles iniciou um tratamento com o extrato do cedrico por 30 dias. O extrato da planta foi aplicado diretamente no estômago dos animais.

Os ratos submetidos à dieta que foram tratados com cedrico não tiveram ganho de peso em relação ao grupo de animais que não recebeu o extrato da planta e tiveram os índices de gordura no fígado zerados.

Segundo Eliane Carvalho de Vasconcelos, pesquisadora e orientadora do estudo, o levantamento preliminar foi inspirado no pai de uma colega de trabalho que recomendava o chá da casca do cedrico para pessoas que tinham problemas no fígado e de obesidade.

“Fizemos um estudo pensando em como funcionaria essa indicação para tomar o chá no organismo, se era promissora ou não. Nosso primeiro passo foi identificar se era tóxico. Não foi encontrada a toxicidade e não houve nenhum dano ao fígado, mesmo sendo testado em ratos saudáveis”, diz Vasconcelos.

Os pesquisadores realizaram estudos bioquímicos sobre os efeitos no fígado e nas células do órgão.

Vasconcelos reforça que ainda não é possível afirmar que a planta realmente tem uma ação no metabolismo humano. É necessário realizar estudos para confirmar se o cedrico possui um efeito positivo no organismo, e, talvez, no futuro possa ser transformado em um medicamento.

Segundo a pesquisadora, em regiões das três Américas é possível encontrar plantas da família Picramnia. A excelsa é mais comum na mata de araucária no estado do Paraná.

Diabete e obesidade

No final do experimento, foram testadas as propriedades da planta no combate a obesidade e a diabete, os pesquisadores notaram que o grupo de ratos obesos que receberam o extrato aquoso da planta em duas concentrações diferentes tiveram alterações no metabolismo e no funcionamento do fígado.

“A planta atuou impedindo que o animal continuasse engordando e ocasionando a perda total de gordura no fígado. Com o tratamento todos os animais tiveram as funções do fígado reestabelecidas. Consequentemente, os ratos que tiveram o bom funcionamento do órgão recuperaram outras funções, diminuindo os índices de glicose e o nível de obesidade”, afirma Vasconcelos.

“Tivemos um ajuste no metabolismo, a gordura do fígado foi completamente zerada. Podemos afirmar que esses animais melhoraram a condição de saúde”.

Próximos passos

Após a pandemia, os pesquisadores pretendem iniciar um outro estudo sobre as propriedades da planta para avaliar de forma mais minuciosa os efeitos da substância no combate a diabetes e obesidade, comparando em paralelo com as consequências no fígado.

“No futuro a nossa ideia é começar a testar a planta em humanos e verificar como o metabolismo irá reagir. Já existe um grupo de estudos clínicos na universidade. Com testes preliminares, conseguimos verificar que ele não proporciona nenhum dano ao fígado”.

Fonte: G1.

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