Sociedade de Pediatria defende reabertura urgente das escolas e alerta sobre depressão infantil

Sociedade de Pediatria defende reabertura urgente das escolas e alerta sobre depressão infantil
Crianças do Centro de Educação Infantil do Núcleo Bandeirante. — Foto: Gazeta Brasil
Crianças do Centro de Educação Infantil do Núcleo Bandeirante. — Foto: Gazeta Brasil

Pediatria reabrir escolas

Em nota técnica divulgada na sexta feira (29/01), a  Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) defende a reabertura urgente das escolas, pede que autoridades governamentais somem esforços para proporcionar condições estruturais e sanitárias que possibilitem a retomada das unidades de ensino de forma segura e alerta para os impactos negativos no desenvolvimento infantil, observados desde o início da pandemia. 

Apesar das medidas de prevenção, durante o isolamento social, como “organização do tempo dentro de casa, preservação das rotinas, diálogos frequentes com as crianças, alimentação adequada e atividades físicas”, de acordo com os pediatras, houve aumento considerável de casos de ansiedade, depressão e estresse entre crianças e adolescentes.

Os números de jovens que abandonaram os estudos também foi bastante relatado entre os pediatras. 

A mobilização das escolas para oferecer o ensino remoto foi uma solução para dar continuidade ao ano letivo, porém, os especialistas alertam sobre o uso necessário das telas dos computadores, tabletes e celulares. A internet e sua estabilidade também afetam a qualidade do estudo.

A consequência é ainda pior quando falamos das desigualdades sociais e riscos importantes para os grupos mais vulneráveis, que só agravam sua situação na ausência das escolas em suas vidas. Para que o método fosse, de fato eficaz, professores e alunos necessitariam de capacitação, o que efetivamente não aconteceu, conforme citado nas análises.  

Diante desse cenário preocupante e os aspectos epidemiológicos, em que crianças e adolescentes representam menos do que 1% da mortalidade e respondem por 2-3% do total das internações, pois a maioria das crianças tem quadro leve ou assintomático, a  Sociedade Brasileira de Pediatria afirma que ambientes pedagógicos devem ser definidos como serviços essenciais, seguindo o exemplo de países europeus em que as escolas foram as últimas a fecharem e as primeiras à retomarem as atividades. 

O documento cita que o Centro Europeu para Prevenção e Controle de Doenças (ECDC) mencionou recentemente que menos de 5% dos casos de Covid-19 relatados na União Europeia (UE), Espaço Econômico Europeu (EEE) e Reino Unido são entre crianças e jovens com menos de 18 anos de idade e, quando diagnosticados com Covid-19, têm riscos muito menores de serem hospitalizados ou irem a óbito. 

Depois do longo período fechadas, a SBBP considera injustificável perder-se mais tempo para melhoria das condições estruturais e de processos para reabrir as unidades escolares, principalmente as públicas. Entretanto, as atividades escolares devem retornar com a garantia das condições adequadas, seguindo protocolos da vigilância em saúde, com monitoramento de casos e contatos. 

Veja as principais recomendações dos pediatras para um retorno ao ambiente escolar de forma saudável:

 – Retorno escalonado dos estudantes e profissionais com planejamento de um sistema híbrido de ensino, com parte dos alunos e dos professores mantendo as atividades remotas, enquanto a outra parte recebe aulas e atividades presenciais. Pode haver revezamento de estudantes, tendo aulas presenciais em alguns dias da semana e remotas em outros. 

 – Planejamento atividades que favoreçam acolhimento emocional e observação do comportamento que os professores tenham treinamento para reconhecer e encaminhar de forma precoce crianças com risco de sofrimento psíquico ou com transtornos da saúde física e mental e que sejam definidas equipes de suporte psicológico. 

– Controle do fluxo de entrada e saída de alunos, familiares e profissionais, para evitar aglomeração nesses espaços. 

–  Horário diferenciado para cada turma.

 – Fazer exercícios práticos de como e quando lavar as mãos de forma correta com os alunos de modo periódico.

– Sanitização dos ambientes 

– Uso de máscaras

– Aferição da temperatura corporal na entrada

– Planejamento do uso de transporte escolar, seguindo as recomendações de distanciamento e higienização.

Fonte: Gazeta Brasil.

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