Sem escala completa de médicos pelo 3º dia seguido, Centros Covid-19 têm atendimento reduzido em Natal

Sem escala completa de médicos pelo 3º dia seguido, Centros Covid-19 têm atendimento reduzido em Natal

Cada centro tinha apenas um médico na manhã desta quarta-feira (5), enquanto escala prevê três.

Centro Covid-19 no Palácio dos Esportes reduziu atendimento, porque só tinha uma médica na manhã desta quarta (5). — Foto: Reprodução/Inter TV Cabugi
Centro Covid-19 no Palácio dos Esportes reduziu atendimento, porque só tinha uma médica na manhã desta quarta (5). — Foto: Reprodução/Inter TV Cabugi

Sem escala completa de médicos nos Centros Covid-19 montados pela prefeitura em Natal, grande parte das pessoas com sintomas do coronavírus que procuraram as unidades na manhã desta quarta-feira (4) voltou para casa sem conseguir atendimento. O problema é registrado desde a última segunda-feira (3), após paralisação de 30 profissionais que não aceitam novos valores pagos pelo município pela hora trabalhada.

Normalmente, cada centro conta com três médicos por turno, porém, pela manhã só havia um em cada unidade.

No Palácio dos Esportes, a equipe limitou o número de atendimentos a 25, porque só havia uma médica trabalhando. Ainda assim, por volta das 12h15, a profissional encerrou o expediente e cerca de sete pessoas que ainda aguardavam no local ficaram sem atendimento. Não havia previsão de ter médico à tarde no local.

A Cooperativa Médica do Rio Grande do Norte (Coopmed) foi procurada pela Inter TV Cabugi, mas não respondeu sobre o assunto até a última atualização desta matéria. Na terça-feira (4), a diretoria informou que enfrentava dificuldades para fechar a escala, por falta de profissionais, mas esperava normalizar o atendimento nesta quarta (5).

A principal causa para a falta de médicos é que um grupo de profissionais paralisou atendimento após o município reduzir o valor pago pela hora trabalhada nos centros. Segundo o Sindicato dos Médicos do Rio Grande do Norte, 30 médicos entraram em estado de greve por não aceitarem os novos valores acordados entre o município e a cooperativa e paralisaram os atendimento no sábado passado, 1º de maio.

Justiça

Desde julho de 2020, os médicos recebiam o equivalente a R$ 250 por hora trabalhada, o que representava R$ 1 mil por turno de quatro horas. Porém, segundo o município, o valor era muito maior que pago, por exemplo, a um médico que atua na sala vermelha de uma Unidade de Pronto-Atendimento, que é de maior urgência. O novo valor acordado foi de R$ 133,33 por hora de trabalho.

O sindicato entrou na Justiça contra a redução do valor, mas o juiz Airton Pinheiro, da 1ª Vara da Fazenda Pública de Natal, negou o pedido de tutela de urgência na última segunda-feira (3). Para o magistrado, “não há que se falar em irredutibilidade de vencimentos, posto que se trata de uma relação contratual (e não é contrato de trabalho) celebrada entre duas pessoas jurídicas”.

Por outro lado, o juiz considerou que os profissionais que não concordarem com o valor não são obrigados a trabalhar nos centros.

“Os médicos que não estejam satisfeitos com os novos valores pactuados não são obrigados a aceitar o convite da cooperativa para participar da escala, posto que nesta modalidade de organização de trabalho não há compulsoriedade, mas apenas mera liberalidade em aceitar ou não o convite”, afirmou.

Fonte: G1 RN.

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