Casos de Aids crescem 32% em 10 anos no RN, diz Secretaria de Saúde

Casos de Aids crescem 32% em 10 anos no RN, diz Secretaria de Saúde

Dados são referentes às detecções da doença em pessoas no período de janeiro de 2010 a dezembro de 2020.

Teste rápido para detecção do vírus HIV. — Foto: Secom/Divulgação
Teste rápido para detecção do vírus HIV. — Foto: Secom/Divulgação

O Rio Grande do Norte teve um aumento de 32,5% nos casos confirmados de Aids nos últimos 10 anos, segundo aponta o boletim estadual da doença divulgado pelo Programa Estadual de IST, AIDS e Hepatites Virais da Secretaria de Estado da Saúde Pública (Sesap). Os dados são referentes ao período de janeiro de 2010 a dezembro de 2020.

Segundo o boletim, nesta década foram registrados no estado 6.230 casos de Aids. Desse total, 6.120 casos (98,2%) em adultos e 110 (1,8%) em crianças.

A região de saúde com o maior número de casos é a 7ª, onde fica Natal e a Região Metropolitana, que acumula 56,5% desses casos. Apenas a capital Natal concentra 39,3% (2.447) do total de casos registrados no estado.

No comparativo com 2019, o boletim aponta uma redução de 7,8% nos casos detectados de Aids. Essa redução foi de 50% em menores de 5 anos de idade e de 7,8% no coeficiente de mortalidade por Aids.

Por outro lado, também foi registrado um aumento de 1% no número de casos de infecção pelo HIV em 2019 e também um crescimento de 16% na detecção de gestante HIV, além de 2,5% no número de casos de crianças expostas ao HIV.

Já no ano de 2020, o boletim da Sesap indica que foram notificados novos 586 casos de Aids no Rio Grande do Norte – o que significa uma taxa de detecção de 16,6 casos para 100 mil habitantes.

Também foram detectados, em 2020, 3 casos em menores de 5 anos de idade (taxa de detecção de 1,3 casos/100 mil habitantes), 124 casos de gestantes com HIV (taxa de detecção de 2,9/mil nascidos vivos), 126 casos de crianças expostas e 1.113 casos de infecção pelo HIV.

Ao todo, houve 124 óbitos por Aids no estado (coeficiente de mortalidade de 3,5/100 mil habitantes).

Diagnóstico precoce

A Aids ainda não tem cura, mas tem tratamento. “Por isso, é tão importante fazer o teste rápido, para o diagnóstico precoce, que permite o início do tratamento adequado e oportuno, contribuindo para uma melhor qualidade de vida do paciente”, explica a responsável técnica pelo Programa Estadual de IST, AIDS e Hepatites Virais da Sesap, Cinthia Teixeira.

Para permitir esse diagnóstico, há, nas mais de 800 unidades básicas de saúde do estado, testes rápidos de HIV sendo realizados, com o resultado sendo entregue em até 30 minutos.

Pacientes com resultados positivos são encaminhados aos Serviços de Atendimento Especializados (SAE’s) para tratamento e acompanhamento clínico por uma equipe de saúde multidisciplinar e especializada – existem16 SAE’s distribuídos pelo estado. O Sistema Único de Saúde (SUS) oferta, gratuitamente, o tratamento (medicamentos antirretrovirais), que é essencial para a melhoria da qualidade de vida das pessoas acometidas pelo vírus.

Uma das maiores dificuldades relativas à Aids reside no estigma em torno da doença. “É preciso combater o preconceito relacionado ao HIV/Aids que impõe barreiras de acesso aos serviços de saúde, à cidadania e às ações de cuidado integral à saúde”, reforçou Cinthia Teixeira.

Prevenção

Além das relações sexuais, a Aids também pode ser transmitida por meio da mãe para o bebê, durante a gestação, no parto ou na amamentação (transmissão vertical), do uso de drogas injetáveis, dos acidentes ocupacionais e das transfusões sanguíneas.

A Secretaria de Saúde reforça que a melhor forma de prevenção é o uso de preservativo durante as relações sexuais, além da utilização de seringas e agulhas descartáveis, como forma de prevenção.

Para auxiliar na prevenção, o Programa Estadual de IST, AIDS e Hepatites Virais distribui preservativos masculinos e femininos e gel lubrificante às regionais de saúde, hospitais, Lacen, Hemonorte, na sede da Sesap e em outras instituições.

Também é fundamental o acompanhamento adequado de gestantes que convivem com HIV e a tomada diária dos medicamentos prescritos. Além disso, um cuidado importante é a indicação de profilaxia pós exposição ao vírus para os acidentes ocupacionais, bem como para as demais vias de transmissão.

Para evitar a transmissão vertical, da mãe para o bebê, durante a amamentação, o Programa oferta leite para as crianças que nasceram de mães que convivem com HIV não serem amamentadas por elas, uma vez que nesses casos é contraindicada a amamentação.

Fonte: G1 RN.

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