Novembro é o mês com menos mortes por Covid-19 no Brasil desde abril de 2020, apontam secretarias de Saúde

Novembro é o mês com menos mortes por Covid-19 no Brasil desde abril de 2020, apontam secretarias de Saúde

Novembro foi o mês com o menor número de mortes por Covid-19 no Brasil desde abril de 2020: 6.894 óbitos pela doença foram registrados, segundo dados apurados pelo consórcio de veículos de imprensa junto às secretarias de Saúde do país.

Em abril do ano passado, haviam sido registradas 5.804 mortes pela doença. Em abril deste ano, o país bateu recorde de óbitos, com 82.401 mortes pela Covid-19.

Fonte: Secretarias de Saúde/Consórcio de veículos de imprensa/Levantamentos exclusivos G1 / Gráfico: G1
Fonte: Secretarias de Saúde/Consórcio de veículos de imprensa/Levantamentos exclusivos G1 / Gráfico: G1

Veja algumas observações sobre a situação nos estados:

  • 30% das mortes no país por Covid em novembro ocorreram em São Paulo (2.075 óbitos).
  • 21 das 27 UFs tiveram queda no número de mortes de outubro para dezembro. A maior delas foi vista no Paraná, com 79,8% de diminuição nos óbitos (de 1.412 em outubro para 285 em novemrbo).
  • No Rio de Janeiro, as mortes caíram 68% entre outubro (2.223 mortes) e novembro (704). Foi o menor número visto no estado desde março de 2020.
  • 6 estados tiveram mais mortes em novembro que em outubro: Amapá (2 mortes a mais), Bahia (14 mortes a mais), Pará (80 mortes a mais), Piauí (4 mortes a mais), Rio Grande do Norte 39 mortes a mais) e Rondônia (29 mortes a mais).

Ômicron: possibilidade de novos surtos?

Na terça-feira (30), o Instituto Adolfo Lutz, em São Paulo, confirmou o primeiro caso da variante ômicron no Brasil. Ao menos um caso também está sendo investigado no Distrito Federal.

Apesar de ter mutações que preocupam cientistas ao redor do mundo, ainda não se sabe se a variante é mais transmissível, se causa sintomas mais graves ou mais mortes que as anteriores ou se a nova variante apresenta resistência às vacinas desenvolvidas até agora.

Para o pesquisador Maurício Barreto, coordenador do Centro de Integração de Dados e Conhecimentos para Saúde (Cidacs) da Fiocruz Bahia e professor emérito da Universidade Federal da Bahia (Ufba), o surgimento de novas variantes como a ômicron torna o futuro da pandemia – tanto no Brasil como no mundo – incerto.

“É uma variante nova ainda, pouco conhecida, mas que vem gerando ondas de preocupação nos responsáveis. São surpresas que nós não entendemos totalmente – de virem variações do vírus que sejam tão ou mais transmissíveis que as formas atuais, e que inclusive escapem um pouco da proteção vacinal”, pondera. “É esse o grande desafio, a grande questão”.

Barreto avalia como positivo o avanço da vacinação no Brasil – o país tem 62,7% da população totalmente vacinada – mas lembra que, conforme vem sendo visto na Europa, apenas a vacinação não é suficiente para conter a pandemia.

Mesmo assim, o cientista acredita que, mesmo que haja novos surtos de Covid no país, é possível que não sejam vistos tantos casos severos como antes da chegada da vacina.

“Mesmo que tenha um surto, nós vamos estar mais protegidos contra formas severas, tendo em vista que parte da população brasileira já tem vacinação [com duas doses], e uma parte já está, inclusive, recebendo a terceira dose, principalmente os mais idosos. Isso forma uma cadeia de proteção contra a doença, as formas severas”, pontua.

Ele classifica a situação do Brasil como “boa”, mas ainda instável e preocupante – inclusive por causa das festas de fim de ano e do carnaval.

Nós estamos numa situação, hoje, no Brasil, boa – não digo ainda final, mas caiu bastante o número de casos, o número de óbitos. Agora, é uma situação de preocupação. Nós não deixamos totalmente de ter risco”, diz. “Então, por exemplo, nós temos agora os eventos natalinos, de Ano Novo, tem o carnaval, que são festas muito importantes na sociedade. Isso são razões de preocupação“, avalia Barreto.

Fonte: G1.

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