Pode usar cosmético fora da validade? Ele pode prejudicar a saúde? Entenda

Pode usar cosmético fora da validade? Ele pode prejudicar a saúde? Entenda
Foto: Freepik
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Você comeria algo fora do prazo de validade? Os médicos recomendam que não se faça isso, pois, embora alguns alimentos vencidos possam estar comestíveis, isso não exclui o fato de também estarem propensos à ação de fungos e bactérias nocivos à saúde humana, além de substâncias de sua própria composição que começam a se deteriorar, podendo causar intoxicações graves. Com cosméticos, pode se dizer que esse princípio é mais ou menos igual.

“Fora da validade não devem ser utilizados. A eficácia poderá diminuir, além da possibilidade de trazer malefícios”, alerta Luciana Ribeiro, dermatologista e professora da pós-graduação Ipemed (Instituto de Pesquisa e Ensino Médico), da Afya Educacional. Ela continua que, assim como em alimentos, o prazo de validade impresso na embalagem se refere ao produto enquanto permanece lacrado.

No entanto, algumas marcas podem identificar um vencimento por data de abertura. Após já ter usado o cosmético, para saber até quando é possível tirar proveito dele, procure em sua embalagem por um desenhinho de um frasco aberto e a indicação de tempo. Mas, no caso de se constar, por exemplo, que um xampu cuja validade após aberto indica 12 meses, mesmo que a validade dele fechado seja maior, deve-se considerar a validade que vence primeiro.

Venceu, mas parece seguro

A validade de um cosmético, seja ele hidratante, sabonete, creme antissinais, maquiagem, o que for, é determinada com base no tempo de ação da substância que promoverá o efeito desejado (princípio ativo) e dos conservantes, adicionados aos produtos para evitar as suas deterioração e contaminação. Geralmente, quando a validade expira, então são notadas alterações de cor, odor e/ou textura, mas nem sempre.

“Muitas vezes, pensamos que se o produto vencido mantém suas características ele está seguro para uso, mas isso não é verdade. Além de sem efeito, pode estar contaminado, pois perdeu a ação do seu conservante, e isso não dá para avaliar apenas observando as características organolépticas”, esclarece Carolina Milanez, dermatologista pelo Hospital Heliópolis (SP) e especialista pela SBD (Sociedade Brasileira de Dermatologia).

Não dá para confiar só na aparência, pois o contrário também pode ocorrer, ou seja, o que parece não estar seguro para uso pode ser que esteja. Milanez continua que algumas marcas de renome e com controle de qualidade rigoroso especificam na bula que eventuais mudanças de cor em cosméticos não significam necessariamente a perda de sua eficácia, mas desde que isso ocorra dentro do prazo de validade e respeitando as condições de uso e conservação.

O que fazer e o que não fazer

Nenhum produto vence exatamente na data estabelecida no rótulo, mas, de acordo com os especialistas, até o prazo de validade os fabricantes se responsabilizam. Já, após o vencimento, qualquer reação adversa que possa ocorrer certamente não terá respaldo deles.

Por isso, a recomendação, em uníssono, é que se passou da validade, descarte. E isso também se aplica a cosméticos que estão dentro do vencimento, mas estragaram por falta de cuidados.

Antioxidantes, como a vitamina C, são os que mais correm esse risco, dependendo da forma como são guardados. Além de não deixar o cosmético exposto ao sol, não o manipule com as mãos não lavadas, para não o contaminar.

Na verdade, em se tratando de cremes de rosto, maquiagens e até hidratantes com abertura maior, recomenda-se a utilização de espátulas, em vez dos próprios dedos. Elas, assim como pincéis, precisam estar previamente limpas e secas.

Tem mais. “Pensando na segurança de saúde da pele, quando não se pode garantir a validade [por exemplo, se ela apagou completamente da embalagem ou a caixa se perdeu faz tempo], não se deve utilizar o produto”, informa Maria Elisa Rosa, doutora em ciências da saúde, dermatologista e vice-presidente da SBD (Sociedade Brasileira de Dermatologia), seção Bahia, parte da rede da Central Nacional Unimed, em Salvador.

Vou usar mesmo assim…

Quem usa cosméticos fora da validade (situação que pode ser muito comum quando se ganha de presente de aniversário, Natal, amigo secreto, muitos produtos, que acabam acumulados e não utilizados a tempo) ou, dentro do prazo, mas estragados, está sujeito a ter danos dos mais variados.

Desde vermelhidão na pele e dermatite de contato irritativa ou alérgica, cujos sintomas incluem coceira, ardência e descamação, a infecções e, no longo prazo, até câncer.

Foto: freepic.diller via Freepik
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“Usar protetor solar fora da validade, por exemplo, leva a queimaduras de pele. Produtos para área dos olhos, como lápis e rímel, se usados já vencidos, podem causar irritação, conjuntivite e inflamação na região dos olhos e bordas de pálpebras [blefarite]”, alerta Luciana Ribeiro.

Já a reação de se usar repelente de insetos vencido, que não protege adequadamente, pode se somar à alergia causada por eventuais picadas e o quadro se agravar.

Perfumes e desodorantes oxidados, além de terem odor e cor alterados, também predispõem alergias na pele e manchas, que podem aumentar principalmente sendo a fórmula cítrica e quando expostas ao sol. Sem falar que causam uma sudorese ainda maior e não bloqueiam o mau cheiro nas axilas.

Cheiro ruim, alteração de pH em pele e genitais e infecções também podem ser consequências em quem usa produtos de higiene, como sabonetes e xampus, vencidos. Em tempos de pandemia, são completamente ineficazes para higienizar e eliminar vírus. Só para avisar.

Fonte: UOL Viva Bem.

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