Todas as vacinas contra a Covid administradas no Brasil têm efetividade, aponta Fiocruz
Boletim da fundação aponta que todos os 4 imunizantes usados no país ‘conferem grande redução do risco de infecção, internações e óbito por Covid’.
Todas as vacinas contra a Covid administradas no Brasil têm efetividade, aponta a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) . A informação consta na primeira edição do boletim sobre o assunto, do projeto Vigivac, publicada na quinta-feira (9).
O Brasil usa 4 vacinas para imunizar a população contra o coronavírus: Pfizer, AstraZeneca, CoronaVac e Jansen.
O informe, que apresenta análises dos 4 imunizantes, de janeiro a outubro de 2021, aponta que “todas conferem grande redução do risco de infecção, internações e óbito por Covid”.
Considerando os casos de internação ou óbito em pessoas com idade entre 20 e 80 anos, a proteção variou entre 83% e 99% para todos os imunizantes.
Na população abaixo de 60 anos, todas as vacinas apresentam proteção acima de 85% contra risco de hospitalização e acima de 89% para risco de óbito.
O projeto foi coordenado pelo pesquisador Manoel Barral, da Fiocruz Bahia, e se baseou nas análises feitas com informações individuais anônimas dos bancos de dados da Campanha Nacional de Vacinação contra Covid-19 (Vacinação Covid-19), Notificações de Síndromes Gripais (e-SUS Notifica) e Notificações de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG 2020 e 2021; SIVEP-Gripe).
Esses bancos de dados e seus dicionários estão disponíveis no site do Departamento de Informática do SUS (DataSUS).
Confira os resultados por vacina:
CoronaVac
A CoronaVac apresentou alta efetividade para a população entre 18 e 59 anos, variando de 89% a 95% e de 85% a 91% para óbitos e hospitalizações, respectivamente.
Entretanto, houve queda importante na efetividade em pessoas com 60 anos ou mais. Na faixa entre 60 e 69 anos a proteção contra formas graves da doença foi de 81%, chegando a 64% em maiores de 80 anos.
Segundo os pesquisadores, a redução na proteção em idosos pode ser explicada por diversos fatores, mas principalmente pelo maior tempo de seguimento, maior tempo desde a última vacinação e pela maior vulnerabilidade do grupo que recebeu o imunizante, já que a CoronaVac foi a mais utilizada entre idosos e profissionais prioritários (área de saúde e segurança), que são mais expostos ao contágio.
Além disso, a vacina foi administrada durante um período de maior circulação do vírus.
AstraZeneca
A AstraZeneca foi a vacina mais utilizada no país, segundo o boletim.
Os resultados para a população adulta de até 59 anos mostraram efetividade de 99% do imunizante contra óbitos.
A queda da efetividade também acompanhou o aumento da faixa etária. No grupo de pessoas entre 60 e 69 anos a proteção contra infecção foi de 89%, chegando a 82% nos indivíduos acima de 80 anos.
Em relação aos óbitos, pessoas acima de 80 anos tiveram proteção de 91%, um pouco menor do que as outras faixas de 60 a 69 e 70 a 79 anos, que tiveram 97% e 93%, respectivamente.
Pfizer
As análises para a população adulta com até 59 anos que recebeu a Pfizer mostraram que a proteção manteve-se acima de 96%. A proteção contra óbito e internação por Covid-19 neste grupo foi de 99%.
Os pesquisadores destacam que a Pfizer foi administrada na população mais jovem e em momento epidêmico com menor circulação do vírus, o que pode favorecer a efetividade da vacina.
Janssen
Na população adulta de até 59 anos que recebeu a Janssen, as análises apontaram proteção contra óbito de 78% a 94%.
Contra hospitalização a proteção ficou entre 88% e 91%, e contra infecção a efetividade foi de 68% a 73%.
Para a população idosa, foi possível calcular a efetividade com segurança apenas para a população com 80 anos ou mais, que teve proteção contra óbito de 91% e contra hospitalização de 93%.
Fonte: G1.