Bar, casa de amigos ou festa na praia: entenda o risco de contaminação envolvido nas festas de final de ano

Bar, casa de amigos ou festa na praia: entenda o risco de contaminação envolvido nas festas de final de ano
Pessoas participam de um festival de música no interior de São Paulo antes da pandemia de Covid-19. — Foto: Igor do Vale/G1
Pessoas participam de um festival de música no interior de São Paulo antes da pandemia de Covid-19. — Foto: Igor do Vale/G1

Dezembro é, tradicionalmente, mês de festas e de reunir amigos e familiares, mas é preciso parcimônia. A pandemia de Covid-19 ainda é uma realidade e, apesar dos elevados índices de vacinação no país, nem tudo está liberado.

Posso me reunir com a família no Natal e com os amigos no Ano Novo? Festa em ambiente fechado é uma má ideia? Em qual momento devo estar de máscara?

Para responder essa e outras perguntas, o g1 preparou, junto com a ajuda de especialistas, um guia para quem deseja aproveitar as festas de final de ano com sabedoria e segurança.

As recomendações visam limitar o avanço da variante ômicron no Brasil. O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, afirmou nesta segunda-feira (13) acreditar que existem mais casos da ômicron do que os 11 então mapeados até este domingo (12).

“Já foram identificados 11 casos da variante ômicron aqui no Brasil e, com certeza, devem existir mais”, disse Queiroga.

Vacinação é imprescindível

O primeiro passo para garantir a segurança é que todos os participantes estejam vacinados.

“Pessoas vacinas podem pegar e transmitir o vírus da Covid, mas esse risco é menor. O risco delas transmitirem a Covid, de acordo com alguns estudos, é 60% e até 70% menor quando comparado com alguma pessoa não vacinada”, diz infectologista Miriam Dal Ben, do hospital Sírio Libanês, em São Paulo.

Essa não é uma exclusividade das vacinas utilizadas contra a Covid-19, mas de todas. Nenhuma vacina é capaz de impedir o contágio, uma vez que os vírus e outros agentes infecciosos estão habitando os mesmos espaços que nós.

A função da vacina é criar uma proteção que antecede o contágio por esses agentes. Desse modo, quando a pessoa “encontrar” com o vírus ela terá mais chances de não desenvolver a forma grave ou ir a óbito.

A Fiocruz recomenda que quem não se vacinou se vacine com, pelo menos, 14 dias de antecedência do encontro. Para quem for indicada a dose de reforço, siga o calendário e procure um posto de vacinação.

É preciso fazer escolhas

Parece crueldade, mas, infelizmente, ainda não é hora de reunir “a grande família”. É preciso escolher com quem se encontrar para garantir que não haja uma possível transmissão do vírus para os grupos mais vulneráveis, crianças e idosos.

“É importante realmente escolher quais são os membros da família. Fazer com a família em um menor grupo”, explica Lucia Pellanda, reitora da Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre (UFCSPA) e professora de epidemiologia.

Para Pellanda, tão relevante quanto escolher as pessoas da festa de Natal e de Ano Novo é também priorizar quem encontrar nesta época de festas:

“Se vai na festa da família, na da firma, mais outra festa…. vai multiplicando os contatos. Então, se quiser proteger os familiares, as pessoas idosas e as crianças que não se vacinaram, o ideal é escolher realmente só uma festa para ir, não ir em várias outras antes”, afirma Pellanda.

Prefira festas ao ar livre

Comemorar em casa, no apartamento de amigos, no quintal com a família, em uma festa cheia de desconhecidos ou com um luau na praia apenas com alguma pessoas é a mesma coisa?

Segundo Vitor Mori, doutor em engenharia biomédica e pesquisador na Universidade de Vermont, nos Estados Unidos, não. O risco de contaminação é maior em lugares fechados e mal ventilados porque faz com que os aerossóis (partículas minúsculas que expelimos ao falar) se concentrem no ambiente.

“Festa no quintal com amigos e familiares é a opção mais segura. Caso não seja possível, e o encontro tenha que ser em um ambiente fechado, como um apartamento, opte por locais que tenham uma boa ventilação e troca de ar com o espaço externo”, afirma Mori.

A opção mais perigosa acaba sendo uma encontro em espaço fechado sem nenhum tipo de circulação de ar. Nesse caso, eu indicaria que as pessoas usassem uma máscara.

“Honestamente, me parece que um show ou uma festa em ambiente fechado com pessoas desconhecidas é um risco muito alto para se correr agora”, diz Mori

“Ainda assim, caso a pessoa opte por ir em uma festa com desconhecidos ou em um show, que ela dê preferência por eventos e locais abertos, onde o risco é menor”, conclui o pesquisador.

Bar ou restaurante?

Embora o risco de contaminação seja menor em espaços abertos, ele não é nulo, explica Vitor Mori, pesquisador na Universidade de Vermont. — Foto: Roberta Radini via Pixabay
Embora o risco de contaminação seja menor em espaços abertos, ele não é nulo, explica Vitor Mori, pesquisador na Universidade de Vermont. — Foto: Roberta Radini via Pixabay

O grupo mais seguro acaba sendo restaurante em espaço aberto.

Mori explica que, embora o risco de contaminação em espaços abertos seja menor, ele não é nulo. Segundo ele, o maior risco nesses espaços se dá quando existe interação face a face.

“O maior risco em espaços abertos é a interação face a face sem máscara, que é justamente o que acaba acontecendo nos bares”, explica Mori.

E o uso da máscara?

A máscara não pode ser esquecida, especialmente diante do avanço da variante ômicron – que, segundo estudos recentes, é mais transmissível do que as variantes anteriores.

Em uma reunião de família ou amigos onde as pessoas ficam petiscando ao longo do evento o uso da máscara é complicado. Nesses casos, o recomendado é realizar o evento em um espaço bastante ventilado.

Para minimizar os riscos de infecção ou reinfecção de crianças pequenas e idosos, o recomendado é utilizar a máscara quando for falar dessas pessoas.

Quem deve evitar os encontros?

De acordo com a cartilha de diretrizes da Fiocruz, devem evitar encontros:

  • Pessoas que apresentem sintomas de Covid-19 ou que tenham tido sintomas, mesmo que leve, há menos de 14 dias antes do encontro. A recomendação deve ser seguida mesmo que não tenha sido feito nenhum teste de diagnóstico;
  • Pessoas diagnosticadas com Covid-19 ou que tiveram contato com alguém com sintomas da doença há menos de 14 dias do encontro;
  • Pessoas que não se vacinaram.

Fonte: G1.

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