Falta de médicos obstetras deixa pacientes sem atendimento em maternidade pública na Grande Natal
Maternidade Divino Amor não teve nenhum profissional obstetra na escala da sexta-feira (7) em Parnamirim.
A falta de médicos obstetras deixou pacientes sem atendimento na Maternidade Divino Amor, em Parnamirim, na região metropolitana de Natal, ao longo da sexta-feira (7).
Segundo funcionários, o plantão diurno e noturno não teve nenhum profissional na escala e até o início da noite pelo menos oito mulheres foram reguladas para outros hospitais. Ainda de acordo com os servidores, a escala de especialistas está desfalcada desde o início de dezembro.
A Prefeitura de Parnamirim reconheceu o problema e disse que a rede materno infantil do estado também está encontrando dificuldade de manter as escalas. O problema envolveria o contrato com uma cooperativa médica.
“Todas as questões com a cooperativa e os contratos estão sendo revistas. O município está vivenciando essa situação com preocupação, seriedade e responsabilidade”, informou a nota do município.
“As ações concretas para a resolução imediata, tais como, contratação de empresa especializada para o fechamento das escalas estão sendo tomadas e serão implementaras ainda nesse mês. Independente disso, estamos garantindo o acolhimento, além das diretrizes estabelecidas no protocolo de classificação de risco para qualquer paciente independente da presença do obstetra de plantão”, afirmou o município.
Na manhã deste sábado (8), a escala da maternidade estava completa, com três obstetras – dois do quadro efetivo e outro de uma nova cooperativa contratada pelo município. Porém o plantão noturno ainda não tinha previsão de médico obstetra.
Espera angustiante
A cabelereira Aniely Beatriz já chegou à 40ª semana de gestação. Na semana passada, ela procurou a Maternidade Divino Amor e recebeu orientação para realizar parto por meio de cirurgia cesariana neste sábado (8). Desde a sexta-feira (7) ela tenta atendimento no hospital de Parnamirim e não consegue.
O marido de Aniely, o barbeiro Erivan Silva Castilho, também está aflito com a situação. Na sexta (7), o casal chegou a ser encaminhado para a Maternidade Escola Januário Cicco, em Natal, mas a unidade devolveu a paciente para Parnamirim, por só cuidar de casos mais graves.
“Não tinha médico (na sexta, 7), mandaram a gente para a Januário Cicco, mas quando chegamos lá, também não aceitaram e mandaram a gente de volta. A gente fica preocupado, porque não pode passar da data de nascer e já está com mais de 9 meses. O médico disse que tinha que nascer hoje”, declarou.
Outra mulher grávida que esteve na maternidade Divino Amor nesta sexta-feira (7) e pediu para não ser identificada afirmou que está com 41 semanas e 1 dia de gestação. A indicação de cirurgia já foi dada, mas como não está com dores, não foi enquadrada como urgência.
A paciente foi encaminhada para Ceará-Mirim, mas resolveu voltar a tentar atendimento na unidade de Parnamirim por não ter condições de viajar para outra cidade.