5 principais causas de febre em crianças

5 principais causas de febre em crianças

Febre em crianças pode ser sinal de várias infecções. Saiba quais as mais frequentes.

Foto: peoplecreations/Freepik
Foto: peoplecreations/Freepik

A febre é uma elevação normal da temperatura do organismo que ocorre como fator de proteção contra uma infecção. A infecção gera a liberação de células inflamatórias que agem no hipotálamo, levando ao aumento da temperatura.

A temperatura elevada aumenta o metabolismo do organismo, o que teoricamente é uma reação que favoreceria a eliminação da infecção. No entanto, nem sempre a febre é suficiente para acabar com a infecção, e em crianças a febre gera muito mal-estar, fraqueza (prostração), falta de apetite e dor de cabeça (cefaleia).

A elevação aguda da temperatura pode causar convulsão febril, que pode ser potencialmente grave, em crianças predispostas, portanto os médicos recomendam tratar com antitérmicos a febre acima de 37,8 C.

Veja as infecções que costumam causar febres e são comuns em crianças.

GRIPE (INFLUENZA)

A gripe é uma infecção causada pelo vírus influenza e costuma causar sintomas como congestão nasal, mal-estar, dor no corpo e de cabeça e febre alta (acima de 38ºC). Também podem surgir dor de garganta e tosse seca.

No geral, a gripe é uma doença autolimitada, que passa sozinha em torno de 5 a 7 dias. O tratamento deve ser de suporte, com analgésicos, antitérmicos, repouso e hidratação.

Para evitar a gripe, que ocorre principalmente nos meses mais frios, são necessárias medidas de higiene simples: cobrir a boca quando tossir ou espirrar (para evitar a disseminação maior de partículas que carregam os vírus) e manter as mãos limpas (lavá-las com água e sabão) para evitar eventual transmissão por contato. Também é importante manter o ambiente arejado e evitar ficar em locais fechados com muitas aglomeração de pessoas.

É preciso ressaltar que gripes e resfriados são doenças diferentes. Embora tenham alguns sintomas semelhantes, o resfriado não é causado pelo vírus influenza, e em geral não causa febre (quando há febre, ela é baixa), seus sintomas são mais leves e tendem a passar em cerca de 2 a 4 dias.

O Ministério da Saúde recomenda a vacinação anual de crianças de 6 meses a 5 anos incompletos. A vacina é oferecida gratuitamente para essa faixa etária pelo SUS.

GASTROENTEROCOLITE AGUDA (GECA)

As gastroenterolocolites agudas são popularmente conhecidas como “viroses“, um termo que não tem significado técnico em medicina. Em geral são causadas por um vírus, mais comumente os rotavírus.

Os sintomas mais frequentes são diarreia aguda, em geral aquosa (líquida), vômitos, febre e mal-estar. Em geral, são autolimitadas e benignas, ou seja, passam sozinhas e não deixam sequelas. Em casos mais graves, podem causar desidratação.

Os rotavírus (existem vários tipos) são transmitidos por via fecal-oral, pelo contato direto entre as pessoas e por utensílios, brinquedos, água e alimentos contaminados, portanto medidas de higiene básica devem ser adotadas. Lave as mãos cuidadosamente e com frequência, especialmente depois de usar o banheiro e de trocar as fraldas das crianças, antes das refeições e quando for preparar os alimentos; lave bem e deixe mergulhados em solução desinfetante frutas e legumes que vão ser ingeridos crus; use água tratada para beber e no preparo dos alimentos.

O Ministério da Saúde recomenda a vacina para rotavírus humano G1P1 (atenuada) em crianças menores de 6 meses. O esquema de vacinação é de duas doses exclusivamente por via oral, sendo a primeira aos 2 meses e a segunda aos 4 meses de idade com intervalo mínimo de 30 dias entre as doses.

As GECAs também podem ser causadas por bactérias, como Salmonella sp e Escherichia colli, que costumam ser contraídas via alimentos ou água contaminados. Nesses casos, pode ser necessário o uso de antibióticos.

Se o paciente apresentar diarreia muito intensa,  fezes com sangue, muita dor abdominal, febre alta e sintomas de desidratação como taquicardia, boca seca e dor de cabeça, é preciso procurar ajuda médica.

INFECÇÕES DE VIAS AÉREAS RESPIRATÓRIAS SUPERIORES

As infecções de vias aéreas mais comuns são:

  • Amidalite: Amidalite é uma doença infecciosa que atinge as amídalas, dois órgãos de defesa contra infecções que ficam no fundo da garganta. Pode ser causada por vírus ou bactérias. Nas amidalites por vírus, a infecção atinge preferencialmente a região da orofaringe (amídalas e faringe) e deve ser tratada com analgésicos e anti-inflamatórios simples. Amidalites bacterianas (causadas mais comumente pelos tipos estreptococos e os estafilococos) provocam grande inflamação nas amídalas associada ao aparecimento de placas de pus na orofaringe, tornando necessário o uso de antibióticos específicos. Nesses casos, é exigido maior rigor no tratamento, pois suspender a medicação assim que desaparecem os sintomas, sem completar o período prescrito pelo médico, pode provocar complicações graves. Se as bactérias não forem totalmente eliminadas, elas podem permanecer ativas no organismo e migrar para outros tecidos, causando problemas distantes da garganta, como febre reumática e nefrite (inflamação dos rins).
  • Laringite: A laringite é a inflamação da laringe (região das vias aéreas onde ficam localizadas as cordas vocais), que conecta a faringe à traqueia e faz parte do sistema respiratório. A inflamação dessa região pode ser causada por vírus (mais prevalente) ou bactérias. Os principais sintomas são dor de garganta, muscular e de cabeça, rouquidão, dificuldade para engolir e febre.
  • Faringite: A faringite é uma inflamação que acomete a faringe, parte superior da garganta que liga o nariz e a boca ao esôfago e à laringe. Em geral é causada por vírus, e causa sintomas como dor de garganta, dificuldade para engolir, mal-estar e febre. A faringite por estreptococo necessita de antibióticos.
  • Otite: Toda infecção do ouvido é chamada de otite. A mais comum em crianças é a chamada otite média, que atinge a região da orelha média, onde se localizam o tímpano, a câmara timpânica, os pequenos ossos do ouvido e a tuba auditiva. Pode ser causada por vírus ou bactérias. Costuma ocorrer durante ou logo após gripes, resfriados, infecções respiratórias ou na garganta devido à passagem de micro-organismos das vias aéreas para a orelha.Os sintomas costumam ser dor de ouvido, febre  e secreção no ouvido.

DENGUE

O vírus da dengue é transmitido pela picada da fêmea do Aedes aegypti, um mosquito diurno que se multiplica em depósitos de água parada acumulada nos quintais e dentro das casas. Existem quatro tipos diferentes desse vírus: os sorotipos 1, 2, 3 e 4. Todos podem causar as diferentes formas da doença.

Nas crianças, o sintoma inicial é a febre alta acompanhada apatia, sonolência, recusa da alimentação, vômitos e diarreia. O exantema (machas na pele) pode estar presente ou não.

SARAMPO

O sarampo é uma doença infectocontagiosa provocada por um Morbilivirus e transmitida por secreções das vias respiratórias como gotículas eliminadas pelo espirro ou pela tosse, potencialmente grave, que pode matar. Os sintomas incluem: manchas avermelhadas na pele (exantema maculopapular eritematoso), que começam no rosto e progridem em direção aos pés; febre; tosse; mal-estar; conjuntivite; coriza; perda de apetite, entre outros.

Dada a queda na cobertura vacinal, o sarampo se tornou mais frequente. O Ministério da Saúde recomenda três doses de vacina, para as seguintes faixas etárias em crianças:

  • Dose zero: Devido ao aumento de casos de sarampo em alguns estados, todas as crianças de 6 meses a menores de 1 ano devem ser vacinadas (dose extra).
  • Primeira dose:  Crianças que completarem 12 meses (1 ano).
  • Segunda dose: Aos 15 meses de idade, última dose por toda a vida.

* Consultoria: dra. Denise Katz, pediatra.

Fonte: Dr. Drauzio Varella, UOL.

Deixe um comentário