Idosos precisam continuar usando máscara mesmo após o fim da obrigatoriedade? Entidade médica defende que sim

Idosos precisam continuar usando máscara mesmo após o fim da obrigatoriedade? Entidade médica defende que sim
Foto: Mircea via Pixabay
Foto: Mircea via Pixabay

A Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia (SBGG) divulgou um comunicado nesta sexta-feira (11) em que defende o uso de máscara por idosos mesmo após o fim da obrigatoriedade, o que já acontece em cidades como São Paulo e Rio.

“Embora a vacinação tenha reduzido drasticamente a proporção de óbitos entre as pessoas idosas, esse grupo segue sendo o de maior vulnerabilidade às formas graves da doença, mesmo entre os que receberam a dose de reforço (terceira dose). Em janeiro, 63,3% das mortes por Covid-19 no Brasil foram de pessoas com 70 anos ou mais”, disse a entidade médica.

Segundo a SBGG, os idosos são mais vulneráveis ao coronavírus por uma série de razões, como o acúmulo de comorbidades e a imunossenescência, o que gera uma resposta menos previsível contra a Covid-19 mesmo após a vacinação (leia mais abaixo sobre o assunto).

“Apesar das orientações locais de flexibilização, recomendamos por ora a manutenção do uso de máscaras para pessoas idosas mesmo com esquema vacinal completo, e em especial para aquelas não vacinadas ou com esquema incompleto de vacinação, principalmente em ambientes fechados, bem como evitar aglomerações sempre que possível”.

O que dizem especialistas

Em entrevista ao g1, a pós-doutora em epidemiologia pela Universidade Johns Hopkins, Ethel Maciel, também defendeu a manutenção da máscara para o grupo. Ela aponta que boa parte dos idosos no país recebeu a CoronaVac em seu esquema prioritário – os estudos apontaram que a vacina tem uma taxa de eficácia menor do que outros imunizantes, como Pfizer e AstraZeneca.

“Nós já temos estudos que mostram que a CoronaVac tem menor efetividade em idosos. Além disso, alguns deles já tem mais de 5 meses que tomaram a sua dose de reforço. Essas pessoas estão vulneráveis”, disse a professora da UFES.

Carla Kobayashi, infectologista do Hospital Sírio-Libanês e consultora técnica do Ministério da Saúde, explica o que os médicos chamam de imunossenescência, o envelhecimento do sistema imunológico.

A infectologista diz que à medida que o nosso corpo envelhece, o nosso sistema imunológico também envelhece, o que compromete a saúde das pessoas mais velhas.

Com essa diferença na resposta imunológica do próprio idoso, inerente a essa imunossenescência, a ciência não consegue afirmar com segurança que todos os idosos acima de 80 anos vão ter, por exemplo, uma resposta de 80% ou 90% de efetividade às vacinas, aponta Kobayashi.

“Tendo isso em vista, eu diria que os idosos acima de 70 eles devem sim continuar usando máscaras em todos os ambientes e evitar, sempre que possível, grandes aglomerações”.

Já João Prats, infectologista da BP – A Beneficência Portuguesa de São Paulo, acrescenta que os idosos também somam comorbidades. Ele diz que é possível que um idoso tenha uma Covid mais grave não somente pela imunsunescência, mas porque geralmente esse é um grupo que acumula outras doenças.

“Então eles vem com outros problemas além da idade, e também é claro que quanto mais velho, menor sua reserva fisiológica”, diz o infectologista da BP – A Beneficência Portuguesa de São Paulo.

Fonte: G1.

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