Novas recomendações da OMS trazem vacina contra HPV para o centro do debate

Novas recomendações da OMS trazem vacina contra HPV para o centro do debate

Nas últimas semanas, uma nova recomendação da OMS (Organização Mundial da Saúde) sobre o esquema de vacinação contra o HPV trouxe, novamente, a imunização para o centro do debate.

O Grupo Consultivo Estratégico de Peritos em Imunização da OMS concluiu que uma única dose do imunizante já oferece uma proteção importante contra o vírus que causa o câncer de colo do útero e outros tumores, como os de orofaringe, pênis, canal anal, vulva e vagina.

A OMS reforçou que a estratégia vacinal, quando bem feita, tem a capacidade de praticamente erradicar esses tumores e ressaltou que essas doenças são causadas, em sua maioria, pela desigualdade no acesso à prevenção.

A recomendação da OMS é uma tentativa de fazer com que a vacina chegue às populações mais carentes e que as novas gerações estejam protegidas contra estes tipos de cânceres causados por vírus, que são considerados um problema de saúde pública.

A OMS recomenda que a atualização de dose para HPV siga o seguinte esquema:

  • uma ou duas doses para o alvo primário de meninas de 9 a 14 anos;
  • uma ou duas doses para mulheres de 15 a 20 anos;
  • duas doses com intervalo de seis meses para mulheres com mais de 21 anos.

A entidade também indica que pessoas imunocomprometidas, incluindo aquelas com HIV, recebam três doses, ou no mínimo duas doses, já que as evidências sobre a eficácia de uma dose única neste grupo ainda são limitadas.

A mensagem mais importante desta recomendação é que uma dose já teria efeitos benéficos, o efeito protetivo, com segurança, principalmente em países com poucos recursos, protegendo as futuras gerações.

Então, por que ainda temos tanta resistência em vacinar nossos garotos e garotas contra o HPV? Meninas de 9 a 14 anos e meninos de 11 a 14 anos podem tomar o imunizante gratuitamente no SUS (Sistema Único de Saúde). Porém, ano após ano, os índices de vacinação vêm caindo no Brasil. Em 2020, apenas 55% do público feminino e 36% do público masculino completaram o esquema vacinal.

Segundo o Inca (Instituto Nacional de Câncer), podem ser vacinadas contra o HPV no SUS pessoas que vivem com HIV/Aids, submetidas a transplantes de órgãos sólidos/medula óssea e pacientes oncológicos. Nestes casos, a faixa etária é mais ampla (varia de 9 a 45 anos para mulheres e 9 a 26 anos para homens) e o esquema vacinal é de três doses (intervalo de 0, 2 e 6 meses). No caso de imunossupressão, o paciente precisa apresentar prescrição médica.

A vacinação também pode ser feita em clínicas particulares para pessoas acima de 14 anos, se indicado por seus médicos.

Tratamos diariamente pacientes com doença ligada ao HPV. Felizmente são tratamentos que evoluíram de modo muito importante nos últimos tempos, com novas técnicas de radioterapia e novas drogas, que trouxeram melhor qualidade de vida e sobrevida. Mas, claro, preferimos não tratar, se podemos evitar que ele aconteça.

Fonte: UOL Viva Bem.
*Imagem em destaque: Freepik

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