Câncer no reto: medicamento consegue eliminar tumor raro de 100% dos pacientes em estudo

Câncer no reto: medicamento consegue eliminar tumor raro de 100% dos pacientes em estudo
Foto: Pexels/via G1
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Um medicamento à base de imunoterapia conseguiu eliminar um tipo raro de tumor no reto em 100% dos pacientes em um estudo clínico. Os resultados são de cientistas de Nova York e foram publicados nesta semana no “The New England Journal of Medicine”.

O remédio tem previsão de comercialização no Brasil em agosto (veja detalhes mais abaixo).

O remédio, chamado dostarlimabe, foi dado a cada 3 semanas por 6 meses. Depois do tratamento, nenhum paciente precisou de químio ou radioterapia, nem de cirurgia. Eles foram acompanhados por, no mínimo, 6 meses após o término da terapia (o tempo mais longo foi de 25 meses, pouco mais de dois anos). O tumor não voltou a aparecer em nenhum deles.

A pesquisa foi feita com 12 pessoas que tinham um tumor local, mas avançado, no reto – a parte final do intestino grosso. Todos os pacientes tinham uma alteração molecular específica, rara, que fazia com que o câncer fosse suscetível ao remédio.

A médica Rachel Riechelmann, oncologista clínica do A.C.Camargo Cancer Center, em São Paulo, explica que esse tipo de abordagem, com imunoterapia, já era usada em casos com metástase – quando o câncer já se espalhou por vários órgãos.

“Essa foi a primeira vez que foi testada num tumor não metastático”, afirma a médica.

Ela explica que, para câncer no reto, o tratamento padrão é quimioterapia, radioterapia e cirurgia. No entanto, quando o tumor tem a alteração vista nos pacientes do estudo – cerca de 1% a 3% dos casos –, ele passa a ser suscetível a essa imunoterapia.

“Só o remédio já eliminou a doença, sem precisar de rádio, químio e cirurgia. É fantástico, mas [o tratamento] vai ser para um grupo pequeno de pacientes, onde o tumor se desenvolveu através dessa alteração molecular”, esclarece Riechelmann.

A oncologista acrescenta que, embora o número de pacientes seja pequeno, o fato de a alteração ser rara faz com que o número seja suficiente para considerar o remédio efetivo. Mesmo assim, mais estudos ainda são necessários. “Quanto mais juntar, e, depois, publicar, apresentar, melhor”, diz.

Fonte: G1.

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