‘Morte lúcida’: as pessoas com alto nível de consciência e sensações extracorpóreas quando o coração deixa de bater.

‘Morte lúcida’: as pessoas com alto nível de consciência e sensações extracorpóreas quando o coração deixa de bater.

Os pesquisadores enfrentaram o desafio de instalar todos os mecanismos médicos necessários para monitorar o cérebro quando o coração de pacientes parou de bater. O que acontece quando alguém morre? A escuridão, o fim das dores, a saída para a luz e, em seguida, uma sensação de paz são alguns dos elementos que compõem o imaginário popular sobre o que acontece quando alguém morre. As religiões têm suas respostas, os escritores exploram o tema com criatividade. Mas o que a ciência diz sobre o assunto? Recentemente, um estudo científico inédito mostrou que a consciência da pessoa não morre imediatamente quando o coração para de bater.

As pesquisas comprovaram que experiências como ver passar a vida diante dos olhos ou ter a sensação de estar saindo do próprio corpo não são alucinações. O estudo encontra-se em fase de revisão por outros cientistas para sua publicação completa, o que deve ocorrer em 2023. Lucidez em paradas cardíacas O estudo, conduzido pela Faculdade de Medicina Grossmann da Universidade de Nova York, nos Estados Unidos, concluiu que uma a cada cinco pessoas que sobrevivem à reanimação cardiopulmonar depois de uma parada cardíaca consegue descrever experiências de lucidez sobre a morte que ocorreram enquanto elas estavam aparentemente inconscientes e sem batimentos cardíacos. 

“Ao longo da história, observamos a morte com base na convenção social de que havia uma linha entre a vida e a morte e que, depois de cruzá-la, não havia retorno”, explica Sam Parnia, diretor do estudo apresentado nas recentes Sessões Científicas 2022 da Associação Norte-Americana do Coração, em Chicago, nos Estados Unidos.

“Nos últimos 60 anos, este conceito foi colocado em dúvida porque a descoberta da reanimação cardiopulmonar permitiu devolver a vida a algumas pessoas que, do ponto de vista biológico, haviam entrado na morte”, segundo ele. “Essas pessoas vêm relatando experiências há mais de 60 anos e existem milhões de pessoas em todo o mundo que contaram as mesmas experiências.”

Mas, durante anos, essas histórias foram consideradas simples alucinações, truques do cérebro ou experiências similares às induzidas pelas drogas ? até que a pesquisa atual demonstrou que essa comparação é errônea.

Os pesquisadores estudaram 567 pessoas que receberam reanimação cardiopulmonar após uma parada cardíaca durante sua hospitalização entre maio de 2017 e março de 2020, nos EUA e no Reino Unido. Destas, menos de 10% sobreviveram.

“É preciso entender que a parada cardíaca não é um problema do coração”, afirma Parnia. “É apenas um termo médico para designar a morte.”

Do grupo analisado, 85 pessoas puderam ser estudadas com monitoramento cerebral ideal – o maior grupo já pesquisado até o momento. Os pesquisadores também enfrentaram o desafio de instalar todos os mecanismos médicos necessários para monitorar o cérebro. Para conduzir este estudo, eles usaram, de um lado, a oximetria cerebral —uma técnica não invasiva para monitorar alterações do metabolismo cerebral de oxigênio com base na tecnologia de espectroscopia de infravermelho próximo. Nela, são emitidos fótons próximos ao infravermelho na pele frontal do paciente. E, por outro lado, foi utilizado um aparelho portátil de eletroencefalograma.

fonte: https://www.uol.com.br

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