Covid-19: especialistas alertam para cuidados diante da melhora do cenário epidemiológico

Covid-19: especialistas alertam para cuidados diante da melhora do cenário epidemiológico

Apesar da melhora no cenário epidemiológico da Covid-19 no país, com média diária de mortes em tendência de queda, especialistas ainda vêm alertando para alguns fatores que merecem atenção no que se refere à circulação do vírus e à possibilidade do surgimento de novas variantes.  Segundo Eliseu Waldman, epidemiologista e professor da Faculdade de Saúde Pública, da Universidade de São Paulo (USP), o SARS-CoV-2 é um vírus muito instável e passível de mutações. 

Apesar da experiência anterior com o vírus implicar na maior imunidade contra a cepa que deu origem a infecção, esclarece o docente,  a população não está totalmente imune. “Se temos novas cepas, estaremos parcialmente vulneráveis, que é mais ou menos o que acontece com o influenza, que é o vírus da gripe”, complementa. 
 
A última cepa descoberta em dezembro de 2022 e que já tem registro no Brasil é a XBB.1.5, subvariante da Ômicron, considerada a mais transmissível até o momento pela Organização Mundial de Saúde (OMS). O infectologista Hospital das Clínicas de São Paulo (HC-SP) e membro da Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI), Max Igor Lopes, destaca que “o vírus evolui e a cada hora vai aparecer uma nova variante com a ideia escapar da resposta imune.”
A imprevisibilidade do vírus indica que a vigilância tem de ser mantida. Segundo o infectologista, é preciso continuar monitorando os casos, vendo a frequência de internação e de diagnósticos de Covid-19, uma vez que a doença é imprevisível. “Se tem maior número de internação e maior número de complicações as pessoas precisam estar alertas que tem algum problema”, adverte. 
 
Nos dois surtos após o começo da campanha de vacinação, vale lembrar, as pessoas mais afetadas pelos casos graves da doença foram as sem imunização completa, os idosos e imunodeprimidos. O dado reflete a importância de completar o esquema vacinal tanto para evitar mortes quanto hospitalizações. De acordo com dados do Ministério da Saúde, até sexta-feira, apenas 40.891.092 de brasileiros receberam as quatro doses.
 
“Hoje a Covid é uma doença menos grave do que ela era no começo e, a tendência, é continuar cada vez menos grave. Nos surtos da Ômicron, aumentou pouco o percentual de pessoas que internam, vão para UTI, complicam e morrem e isso tem a ver com a vacinação e com as infecções previas”, explica Max Lopes. 
 
Waldman lembra ainda que o mundo vai ter de aprender a conviver por um bom tempo com a Covid. “É muito pouco provável que tenhamos situações parecidas com as vividas por nós em 2021 e 2020. Mas não é impossível, pode surgir uma nova variante que leve a casos graves. O SARS-CoV-2, veio para ficar. A questão é temos de nos acostumar com a doença, mas também se acostumar com os cuidados. É possível conviver, mas é necessário manter os cuidados”, finaliza o epidemiologista. 
 
Com informações do R7
fonte: http://www.tribunadonorte.com.br

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