Mesmo com queda na taxa de transmissão de Covid, Brasil não deve relaxar as medidas, diz OPAS

Diretor do Departamento de Doenças Transmissíveis da OPAS disse que não é hora de “baixar a guarda”. Casos de Covid-19 estão se estabilizando no Brasil e nos EUA.

População de máscara no Centro de Ribeirão Preto, SP. — Foto: Reprodução/EPTV

O diretor do Departamento de Doenças Transmissíveis da OPAS (Organização Pan-Americana da Saúde), Marcos Espinal, disse nesta quarta-feira (2) que, mesmo com a queda nos casos de Covid-19, o Brasil não pode relaxar nas medidas de saúde.

O mais recente relatório do Imperial College mostrou que a taxa de transmissão da Covid-19 no Brasil é a mais baixa desde abril. O índice, que mede o ritmo de contágio do novo coronavírus, caiu de 1 para 0,94.

“Por mais que os casos estejam diminuindo, o Brasil não está fora do problema. A pandemia continua. O Brasil é grande e, mesmo que tenha aumentado a testagem, as medidas precisam continuar” – Marcos Espinal, diretor do Departamento de Doenças Transmissíveis da OPAS

O diretor alertou ainda que os números são modelos e projeções, que não representam os dados reais.

O Brasil tinha 122.941 mortes por coronavírus confirmadas até as 13h de quarta-feira (2), segundo levantamento do consórcio de veículos de imprensa a partir de dados das secretarias estaduais de Saúde. A média móvel de novas mortes no Brasil nos últimos 7 dias foi de 859 óbitos, uma variação de -13% em relação aos dados registrados em 14 dias.

“É necessário continuar com medidas, não baixar a guarda. Não devemos cantar vitória. Esperamos que a curva seja achatada”, completou Marcos Espinhal.

A diretora da OPAS, Carissa Etienne, alertou que os casos estão se estabilizando nos EUA e no Brasil, mas os dois países se mantêm como responsáveis pela maioria dos novos casos de Covid-19 notificados no mundo. “Um sinal claro de que a transmissão ainda está ativa”, disse Carissa.

Vacina e medidas de distanciamento

O distanciamento, o uso de máscara e as medidas de higiene deverão continuar, mesmo com a vacina. “Não poderemos voltar ao normal, não de imediato. Vacinar a população mundial vai levar um tempo”, disse a diretora da OPAS.

Carissa explicou que a vacina será parte de um pacote de medidas para conter o vírus. “A ideia é voltar à vida normal, mas precisaremos ter paciência e teremos que seguir as medidas de saúde”.

O diretor Marcos Espinal reforçou que ainda não existe nenhuma vacina aprovada. “Temos vacinas em estágio avançado, mas nenhuma está aprovada, nenhuma pode ser utilizada”, disse Espinal.

Médico e enfermeira se cumprimentam com as mãos em UTI em um hospital de Roma, na Itália, no dia 20 de abril. — Foto: Alberto Pizzoli / AFP

Cuidem dos profissionais da saúde

Carissa Etienne ainda pediu que os países das Américas cuidem dos profissionais de saúde. “Nossos profissionais de saúde são heróis. Estão trabalhando mais do que nunca em condições mais estressantes do que qualquer um de nós poderia imaginar, fazendo sacrifícios pessoais enquanto arriscam a própria segurança para ajudar os pacientes”.

O continente registra o maior número de trabalhadores de saúde infectados por Covid-19 em todo o mundo. “Dados mostram que quase 570 mil profissionais de saúde na nossa região foram infectados e mais de 2.500 morreram.”

Fonte: G1.

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