Ômicron amplia risco de infecção de crianças e vacinação é urgente, dizem entidades médicas

Ômicron amplia risco de infecção de crianças e vacinação é urgente, dizem entidades médicas
Menino recebe dose da vacina da Pfizer contra a Covid-19 em Roma, na Itália, em 15 de dezembro, dia que marcou o início da vacinação de crianças contra a doença na Europa. — Foto: Andrew Medichini/AP via G1
Menino recebe dose da vacina da Pfizer contra a Covid-19 em Roma, na Itália, em 15 de dezembro, dia que marcou o início da vacinação de crianças contra a doença na Europa. — Foto: Andrew Medichini/AP via G1

O grupo de especialistas criado para assessorar o Ministério da Saúde no combate ao coronavírus divulgou nota nesta sexta-feira (24) em que diz que a variante ômicron amplia o risco de infecção de crianças e defende a vacinação urgente desse público.

“A chegada de uma nova variante como a Ômicron, com maior transmissibilidade, faz das crianças (ainda não vacinadas) um grupo com maior risco de infecção, conforme vem sendo observado em outros países onde houve transmissão comunitária desta variante. Neste contexto epidemiológico, torna-se oportuno e urgente ampliarmos o benefício da vacinação a este grupo etário”, diz a nota da Câmara Técnica de Assessoramento em Imunização da Covid-19 (CTAI-COVID).

O documento é assinado por entidades como o Conselho Federal de Enfermagem, as sociedades brasileiras de Imunizações, Infectologia, Pediatria e Reumatologia, os conselhos de secretários estaduais e municipais de saúde e especialistas do Instituto Butantan, da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e do próprio Ministério da Saúde.

Em 16 de dezembro, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou uma versão da vacina da Pfizer para crianças de 5 a 11 anos. Mas, até o momento, não há previsão de quando a imunização desse grupo vai começar.

Na quinta-feira (23), o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, disse que “os óbitos de crianças estão dentro de uma patamar que não implica em decisões emergenciais”.

Queiroga ainda condicionou o início da vacinação de crianças a uma consulta pública, que vai até 2 de janeiro, e a uma audiência pública, prevista para o dia 4 de janeiro. Além disso, o ministro defende que sejam exigidas receita médica e autorização dos pais – o que é alvo de críticas de especialistas.

A afirmação é contestada pela Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP). Em outra nota, divulgada também nesta sexta, a entidade diz que, ao contrário da afirmação do ministro da Saúde, as mortes não estão em patamares aceitáveis.

Desde o início da pandemia, a Covid causou 2,5 mil mortes de pessoas de 0 a 19 anos, sendo 301 crianças de 5 a 11 anos. Além disso, o coronavírus pode causar, nas crianças, a Síndrome Inflamatória Multissistêmica Pediátrica (SIM-P), que já teve mais de 1,4 mil casos e 85 mortes notificados no país.

“Ignorar este fato, minimizar sua importância e afirmar que elas são aceitáveis não são atitudes esperadas das autoridades. A sociedade espera e merece outro tipo de postura e de compromisso com a saúde das crianças e adolescentes do Brasil.”

Fonte: G1.

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