Servidores dos três hospitais universitários do RN entram em greve

Servidores dos três hospitais universitários do RN entram em greve
Protesto aconteceu na manhã desta quarta-feira (21), quando foi deflagrada a greve. — Foto: Gustavo Brendo/Inter TV Cabugi/via G1 RN
Protesto aconteceu na manhã desta quarta-feira (21), quando foi deflagrada a greve. — Foto: Gustavo Brendo/Inter TV Cabugi/via G1 RN

Servidores do hospitais universitários federais no Rio Grande do Norte entraram em greve, por tempo indeterminado, nesta quarta-feira (21). Para marcar o início da paralisação, os profissionais realizaram uma manifestação em frente ao Hospital Universitário Onofre Lopes, em Natal.

De acordo com o Sindicato Estadual dos Trabalhadores de Empresas Públicas de Serviços Hospitalares do RN (Sindserh-RN), a manifestação acontece em busca de uma negociação por reajuste salarial e por melhores condições de trabalho.

“Nós estamos há três anos e meio com um acordo parado, sem negociação com a empresa. Nós tivemos propostas feitas tanto pelos empregados, quanto pela ministra e a empresa recusou e não apresentou nenhuma proposta para os funcionários. Esse é o ponto chave. Nós já perdemos cerca de 25% do nosso salário só de inflação”, explicou a diretora do Sindserh, Rosani Andrade.

“Nós temos a questão da coação, que nós sofremos dentro dos hospitais universitários, a falta de insumos para trabalho. Nós estamos com vários tipos de exames sem poder ser feitos por falta de insumos e isso termina que a população sai perdendo por conta da má administração”, completou.

Segundo o sindicato, não é pedido um aumento salarial, mas um reajuste que acompanhe a inflação, além de “condições dignas de trabalho” dentro dos hospitais.

Os hospitais afetados pela paralisação dos servidores são o Hospital Universitário Onofre Lopes, a Maternidade Escola Januário Cicco, ambos em Natal, e o Hospital Universitário Ana Bezerra, em Santa Cruz.

Em nota enviada ao g1 RN, a Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh) confirmou que “há uma paralisação dos empregados que têm vínculo com a Ebserh como parte das negociações do Acordo Coletivo de Trabalho (ACT)”.

Sobre o funcionamento das unidades, a Ebserh informou que “no Hospital Universitário Ana Bezerra, a fim de evitar o impacto no atendimento assistencial, algumas chefias da Assistência estão atuando diretamente nos procedimentos. Dessa forma, até o momento as agendas programadas estão sendo realizadas. Também no Hospital Universitário Onofre Lopes e na Maternidade Escola Januário Cicco não houve interrupção nos atendimentos, que permanecem normalmente” (veja nota completa no fim do texto).

O ato também acontece em outros estados do Brasil.

Nota da Ebserh

“A Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh) informa que, nesta quarta-feira (21), há uma paralisação dos empregados que têm vínculo com a Ebserh como parte das negociações do Acordo Coletivo de Trabalho (ACT).

No Hospital Universitário Ana Bezerra, a fim de evitar o impacto no atendimento assistencial, algumas chefias da Assistência estão atuando diretamente nos procedimentos. Dessa forma, até o momento as agendas programadas estão sendo realizadas. Também no Hospital Universitário Onofre Lopes e na Maternidade Escola Januário Cicco não houve interrupção nos atendimentos, que permanecem normalmente.

Acordo Coletivo de Trabalho Ebserh

A Ebserh esclarece que o processo de negociação do Acordo Coletivo de Trabalho (ACT) com as entidades sindicais teve mais de 20 rodadas, porém sem solução. Com o propósito único de viabilizar a conclusão, a empresa solicitou às entidades que apresentassem uma última contraproposta. Ao contrário do que sugere a boa prática em negociações coletivas de trabalho, as entidades sindicais apresentaram 3 propostas distintas e maiores do que as apresentadas anteriormente, ou seja, deixando claro que não estavam dispostas a nenhum tipo de negociação.

Sobre a dúvida conceitual criada em torno do dissídio coletivo de greve, a empresa reitera que as questões econômicas e sociais foram amplamente discutidas no âmbito do dissídio coletivo de greve, inclusive por meio de diversas audiências bilaterais mediadas pela relatora do processo no Tribunal Superior do Trabalho (TST), Ministra Delaíde Miranda Arantes, o que, de acordo com a jurisprudência do próprio TST, transformou aquele processo em dissídio coletivo de natureza mista. E é isto que tornou possível que os ACTs ainda em negociação possam ser julgados imediatamente, no âmbito do dissídio coletivo de natureza mista que já está em vias de ser julgado.

Pelos motivos expostos, e ciente de que seus empregados, assim como a própria Ebserh, anseiam por um rápido desfecho para esse longo período de negociação, a Empresa peticionou solicitando a apreciação de mérito e o julgamento do processo com a maior brevidade possível. Por outro lado, as entidades sindicais, surpreendentemente, solicitaram a extinção do dissídio sem julgamento do mérito, com o objetivo de que fosse iniciado um novo período de negociação, o que poderia empurrar o desfecho desses ACTs para meses à frente.

O TST abriu prazo, em 15/09, para manifestação das entidades em relação ao pedido supramencionado e notificou o Ministério Público do Trabalho para emissão de parecer.

Fato é que se as entidades sindicais se manifestarem favoráveis, ou se houver decisão por parte da Ministra, como solicitado pela empresa, o desfecho será célere. Diante do cenário exposto, a Empresa considera como inoportuna qualquer medida tomada à revelia do TST, tendo em vista que o processo de dissídio ainda aguarda julgamento”.

Fonte: G1 RN.

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