Doses de CoronaVac acabam em postos de saúde e crianças de 3 e 4 anos não conseguem se vacinar em Natal

Doses de CoronaVac acabam em postos de saúde e crianças de 3 e 4 anos não conseguem se vacinar em Natal
CoronaVac. — Foto: Miva Filho/ Arquivo SES-PE/via G1 RN
CoronaVac. — Foto: Miva Filho/ Arquivo SES-PE/via G1 RN

As doses de CoronaVac acabaram em algumas unidades de saúde de Natal, o que tem impedido crianças de 3 e 4 anos de idade de se imunizarem ou completaram a imunização com a segunda aplicação.

No Brasil, atualmente, crianças dessa faixa etária recebem apenas a CoronaVac. A Anvisa chegou a aprovar, neste mês de setembro, a aplicação da Pfizer a partir dos 6 meses a até 4 anos, mas com uma composição e dosagem diferente. Assim, nenhum lote específico para esse público ainda foi distribuído.

Quem sofreu com o problema nesta quinta-feira (22) foi a psicóloga Marianna Menezes Silvino, que foi em dois pontos de vacinação e não conseguiu que a filha de 3 anos recebesse a segunda dose da CoronaVac para completar o esquema vacinal.

“Fui levar minha filha de 3 anos para receber a segunda dose dela de CoronaVac. Levei ao Via Direta, que foi onde ela havia recebido a primeira dose, e me informaram que estava em falta, que eu provavelmente encontraria nas unidades básicas ou do Planalto ou de Ponta Negra. Procurei, não encontrei. Me direcionaram para UBS de Pirangi, fui também, não encontrei. E lá eles me disseram que era uma falta geral e que eu não encontraria em nenhum lugar”, contou.

“Eu fiquei bem chateada. Não me informaram lá nenhuma previsão. Também não tem estudos pra saber qual impacto em atrasar. Espero que isso não leve nenhum prejuízo à minha filha. Mas foi bastante desagradável passar por essa experiência hoje”.

A reportagem da Inter TV Cabugi procurou a Secretaria Municipal de Saúde de Natal (SMS) para saber se as doses acabaram em todos os postos da cidade, mas até a publicação mais recente desta matéria não recebeu resposta.

Nessa faixa de idade não é recomendada a intercambialidade de vacinas, ou seja, aplicar a segunda dose de outra fabricante de vacinas contra a Covid nas crianças que receberam a CoronaVac.

O problema foi confirmado pela reportagem em outras três unidades básica de Saúde: do Pitimbu, de Candelária e a da Avenida Romualdo Galvão.

Resguardar a segunda dose

A coordenadora de vigilância em saúde da Secretaria de Estado da Saúde Pública (Sesap), Kelly Lima, explicou que desde a autorização à imunização das crianças de 3 e 4 anos com CoronaVac, a pasta fez uma levantamento e observou que não haveria doses suficientes para todo esse público no estado.

Além disso, o Ministério da Saúde comunicou que não iria distribuir de imediato novas doses, porque o contrato com o Butantan havia encerrado.

Diante dessa situação, a coordenadora explicou que foi recomendado aos municípios que guardassem sempre a segunda dose para que fosse garantido completar a imunização de quem havia recebido a primeira.

“Fizemos algum remaneejamento de doses pra que a gente conseguisse iniciar em algum território do estado e garantir que essas crianças, depois de 28 dias, teriam a segunda dose, aquela dose que é para completar a dose vacinal. Dessa forma, nós orientamos a todos os municípios que iniciassem a vacinação preservando sempre a segunda dose, já que não existia essa previsão de chegada de dose”, explicou a coordenadora.

Segundo Kelly, “pela conta que nós fizemos, nós tínhamos a clareza de que iriam faltar aí 56 mil doses pra que a gente conseguisse vacinar realmente todas as crianças nessa faixa etária”.

A coordenadora explicou que alguns municípios alegaram na época que essas doses tinham o prazo de validade se encerrado no mês de agosto. “Então eles acabaram ampliando para mais crianças nessa faixa etária e aí boa parte das crianças não conseguiram completar o esquema com a segunda dose”.

Previsão de mais doses

Kelly explica que a previsão é de que as novas doses de vacina sejam enviadas pelo Ministério da Saúde na próxima semana e que logo serão distribuídas aos municípios.

“Nós solicitamos ao Ministério da Saúde 80 mil doses compreendendo que a gente teria que ter um número a mais se por ventura acontecesse perda ou extravio de alguma dose ou se a gente de repente recebesse crianças de outros estados”, disse.

Fonte: G1 RN.

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